Estrutura e dinâmica comparativa entre cerradão distrófico e mesotrófico
DOI:
https://doi.org/10.30969/acsa.v15i3.1174Palabras clave:
taxas de dinâmica, monitoramento, fertilidade do solo.Resumen
Os solos do Cerrado se caracterizam pela alta intemperização e lixiviação, com baixas concentrações de nutrientes e índices elevados de alumínio. Com isso a vegetação lenhosa no cerradão sofre com déficits hídricos e nutricionais, diminuindo dinâmicas vegetacionais. O objetivo deste estudo foi comparar a sucessão ecológica no cerradão, analisada em dois grandes grupos de solos: distrófico e mesotrófico, a fim de aferir em qual destes, esta sucessão ocorria de maneira mais acelerada. Foi realizado a amostragem de vegetação em duas áreas, cerradão distrófico (CD) e cerradão mesotrófico (CM), através do monitoramento durante 5 anos, levando em consideração os indivíduos vivos e com circunferência a altura do peito superior ou igual a 15 cm. As mudanças em escala populacional foram calculadas através das taxas de dinâmicas anuais, como mortalidade, decremento, recrutamento e incremento. Foram coletados dados de 88 espécies na primeira vistoria e 87 na segunda para CM e 84 e 85 para CD, na primeira e segunda vistoria respectivamente. O número de indivíduos passou de 1345 para 1407 no CM e 1796 no tempo inicial (T0) para 1683 no tempo final (T5) no CD. No CM a área basal foi de 18.128 m² e 19.661 m² e de 18.243 m² para 18.953 m² no CD. Com relação as taxas de dinâmica entre CD e CM, não ocorreram grandes divergências, e as taxas de recrutamento das espécies principais foram superiores ás taxas de mortalidade, semelhante ao incremento em relação ao decremento, o que demonstra uma maior estabilidade ambiental na região de CM. As espécies do cerrado distrófico apresentaram taxas de dinâmica mais estáveis enquanto no cerradão mesotrófico apresentaram maior variação entre as espécies principais.Referencias
COUTINHO, L. M. O conceito de Cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v. 1, n. 1, p. 17-23, 1978.
FRANCO, A. Biodiversidade de forma e função: implicações ecofisiológicas das estratégias de utilização de água e luz em plantas lenhosas do Cerrado. In: SCARIOT, A.; SOUZA-SILVA, J. C.; FELFILI, J. M. (Orgs.) Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. p. 179-196
KLEIN, R. M. Ecologia da Flora e Vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia, v. 32, p. 164-369, 1980.
KLINK, C. A., MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado Brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n.1, p. 148-155, 2005.
HARIDASAN, M. Observations on soils, foliar nutrient concentration and floristic composition of cerrado sensu stricto and cerradão communities in central Brazil. In: FURLEY, P. A.; PROCTOR J.; RATTER, J.A. (eds.). Nature an Dynamics of Forest-Savanna Boundaries. London, Chapman & Hall Publishing. 1992. P. 171-184.
HENRIQUES, R.P.B. Influência da história, solo e fogo na distribuição e dinâmica das fitofisionomias no bioma do Cerrado. In Cerrado: Ecologia, biodiversidade e conservação (A. Scariot, J. C. Souza-Silva; J.M. Felfili , eds.). Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 2005. p.73-92.
LOPES, A. S.; COX, F. R. Cerrado vegetation in Brazil: an edaphic gradient. Agronomy Journal, v. 69, n. 5, p. 828-831, 1977.
MARIMON JUNIOR, B. H.; HARIDASAN, M. Comparação da vegetação arbórea e características edáficas de um cerradão e um cerrado sensu stricto em áreas adjacentes sobre soo distrófico no leste de Mato Grosso, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 19, n. 4, p. 913-926, 2005.
MIGUEL, A.; MARIMON, B. S.; OLIVEIRA, E. A.; MARACAHIPES, L.; MARIMON-JUNIOR, B. H. Dinâmica da comunidade lenhosa de uma floresta de galeria na transição Cerrado-Floresta Amazônica no leste de Mato Grosso, em um período de sete anos (1999 a 2006). Biota Neotropica, v. 11, n. 1, p. 53-63, 2011.
MIRANDA, S. C.; VASCONCELOS, W. A.; CEZARE, C. H. G.; MATA, C. R.; FONSEC, K. S. O cerradão de Goiás e suas relações florísticas e estruturais com ouras áreas no Brasil. Enciclopédia Biosfera, v. 14, n. 26, p. 1058-1069, 2017.
NAVES-BARBIERO, C. C.; FRANCO, A. C.; BUCCI, S. J.; GOLDSTEIN, G. Fluxo de seiva e condutância estomática de duas espécies lenhosas sempre-verdes no campo sujo e cerradão. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 12, n. 2, p. 119-134, 2000.
PRADO JÚNIOR, J. A.; LOPES, S. F.; VALE, V. S.; DIAS NETO, O. C.; SCHIAVINI, I. Comparação florística, estrutural e ecológica da vegetação arbórea das fitofisionomias de um remanescente urbano de cerrado. Bioscience Journal, v. 28, n. 3, p. 456-471, 2012.
RODRIGUES, R. F.; ARAÚJO, G. M. Estrutura da vegetação e características edáficas de um cerradão com solo distrófico e em solo mesotrófico no triângulo mineiro. Bioscience Journal, v. 29, n. 6, p. 2013-2029, 2013.
SANTOS, F. C.; NOVAIS, R. F.; NEVES, J. C. L.; FOLONI, J. M.; ALBUQUERQUE FILHO, M. R.; KER, J. C. Produtividade e aspectos nutricionais de plantas de soja cultivadas em solos de Cerrado com diferentes texturas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n.5, p. 2015-2025, 2008.
SHEIL, D.; BURSLEM, D.; ALDER, D. The interpretation and misinterpretation of mortality-rate reasures. Journal of Ecology, v. 83, p. 331-333, 1995.
SHEIL, D.; JENNINGS, S.; SAVILL, P. Long-term permanent plot observations of vegetation dynamics in Budongo, a Ugandan rain. Journal of Tropical Ecology, v. 16, p. 765-800, 2000.
SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E., eds. Cerrado: correção do solo e adubação. 2.ed. Brasília, Embrapa, 2004. 416p.
VELOSO, H.P.; RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1991. 124p.
WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Brasília: UNB – Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas, 2006. 373p. Tese de doutorado. 2006.
WERNECK, M. S.; FRANCESCHINELLI, E. V.; TAMEIRÃO-NETO, E. Mudanças na florística e estrutura de uma floresta decídua durante um período de quatro anos (1994-1998), na região do Triângulo Mineiro, MG. Revista Brasileira de Botânica, v. 23, n. 4, p. 401-413, 2000.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Termo de cessão de direitos autorais da Revista Agropecuária Científica no Semiárido:
Esta é uma revista de acesso livre, onde, utiliza o termo de cessão seguindo a lei nº 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais no Brasil.
Autores que publicam na Revista Agropecuária Científica no Semiárido(ACSA) concordam com os seguintes termos:O(s) autor(es) doravante designado(s) CEDENTE, por meio desta, cede e transfere, de forma gratuita, a propriedade dos direitos autorais relativos à OBRA à Revista Agropecuária Científica no Semiárido(ACSA), representada pelo CSTR/UFCG, estabelecida no Campus de Patos-PB doravante designada CESSIONÁRIA, nas condições descritas a seguir:
O CEDENTE declara que é (são) autor(es) e titular(es) da propriedade dos direitos autorais da OBRA submetida;
O CEDENTE declara que a OBRA não infringe direitos autorais e/ou outros direitos de propriedade de terceiros, que a divulgação de imagens (caso as mesmas existam) foi autorizada e que assume integral responsabilidade moral e/ou patrimonial, pelo seu conteúdo, perante terceiros;
O CEDENTE cede e transfere todos os direitos autorais relativos à OBRA à CESSIONÁRIA, especialmente os direitos de edição, de publicação, de tradução para outro idioma e de reprodução por qualquer processo ou técnica através da assinatura deste termo impresso que deverá ser submetido via correios ao endereço informado no início deste documento;
A CESSIONÁRIA passa a ser proprietária exclusiva dos direitos referentes à OBRA, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outro meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que haja prévia autorização escrita por parte da CESSIONÁRIA.