Ocorrência de antracnose em abacate, agressividade e sensibilidade de Colletotrichum gloeosporioides a fungicidas

Autores/as

  • Ivan Fischer
  • Matheus Moraes
  • Maria Palharini
  • Juliana Cruz
  • Ana Firmino

DOI:

https://doi.org/10.30969/acsa.v13i2.816

Palabras clave:

Doença pós-colheita, Persea americana, Defensivos

Resumen

Objetivou-se quantificar a incidência da antracnose em abacates ‘Hass’ e caracterizar a agressividade e a sensibilidade in vitro do patógeno a fungicidas. Frutos de diferentes pomares foram amostrados em packinghouse e tiveram a incidência da antracnose avaliada durante 12 dias de armazenamento a 25 ᴼC e 80-85% UR. Avaliou-se a o diâmetro das lesões de antracnose após sete dias da inoculação de abacates com isolados de C. gloeosporioides. A inibição do crescimento micelial foi avaliada nas concentrações 0, 1, 10, 100 e 1000 mg L-1 de azoxystrobina, difenoconazol, oxicloreto de cobre e tiabendazol. A incidência de antracnose foi baixa até o sexto dia, sendo observado um aumento acentuado nos três dias finais de armazenamento, com incidência superior a 55% e diferenças entre as procedências. Abacates inoculados com 20 isolados do patógeno apresentaram diferenças no diâmetro de lesões aos quatro e seis dias de armazenamento. Os fungicidas difenoconazol e tiabendazol foram altamente eficientes em inibir o crescimento micelial. Oxicloreto de cobre foi o que menos inibiu o patógeno nas três menores concentrações, razão de ter sido considerado ineficiente, entretanto, a 1000 mg L-1 foi, em geral, superior a azoxistrobina.

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Publicado

2019-11-14

Número

Sección

Original Articles / Artigos de Pesquisa